Minha Vida em Marte conta a história de Fernanda (Monica Martelli), uma mulher de 45 anos que está em vias de terminar o relacionamento com Tom (Marcos Palmeiras) e usa como confidente o amigo Aníbal (Paulo Gustavo). O longa traz os mesmos diálogos e situações clichês que já vimos um milhão de vezes neste tipo de obra.
Sim, você vai rir em diversas cenas. Alguns podem alegar que isso basta para um filme. E como público não estarão errados em afirmar isso, pagou o ingresso para ter uma experiência x e agradou, então estão valendo. Mas temos que olhar outros aspectos técnicos e narrativos. Não só considerar o riso, mas o como chegamos lá. Basicamente aqui é pela identificação secundária que certos momentos universais podem causar e pelo carisma do ator Paulo Gustavo.
Não há um fio narrativo sólido. As sequências parecem conjuntos de esquetes ou capítulos de séries. Os personagens estão em um ambiente fazendo algo e do nada aquele arco é abandonado. Um exemplo é a filha. A personagem é esquecida em parte do longa quando o foco não está na casa. Corta-se para um outro ambiente (onde vemos piadas, em geral relacionadas à caça da protagonista ou do jeito debochado do amigo). O ciclo é repetido várias vezes. Os personagens não têm camadas, os aprendizados são esquemáticos e até possíveis reviravoltas são antecipáveis.
Como se não bastasse o roteiro simplório, uma narração da protagonista torna tudo (ainda mais) mastigado. A velha muleta de guiar o público na ânsia de explicar cada sentimento. Tal ferramenta é um atestado de que a produção não conseguiria transmiti-los de forma mais orgânica. O flashback também é usado para revemos o que acabamos de assistir.
Minha Vida em Marte é uma das obras mais esquecíveis do ano e que facilmente entrará para a lista dos piores filmes de 2018.
Fernanda (Monica Martelli) está casada com Tom (Marcos Palmeira), com quem tem uma filha de cinco anos, Joana (Marianna Santos). O casal está em meio ao desgaste causado pelo convívio por muitos anos, o que gera atritos constantes. Quem a ajuda a superar a crise é seu sócio Aníbal (Paulo Gustavo), parceiro inseparável durante a árdua jornada entre salvar o casamento ou pôr fim a ele.