
O excelente documentário do Netflix,
Amanda Knox, já foi destrinchado pelo Maurício Costa
aqui. Mas eu não podia deixar de contribuir com mais um parágrafo, comparando-o com um dos grandes clássicos dos documentários acerca de crimes, e de condenações de inocentes.
A tênue linha da morte é sem dúvida uma das principais influências de
Amanda Knox. Em ambos temos inocentes condenados pela justiça, e aprisionados por anos. Em ambos temos graves erros no inquérito policial. Em ambos temos uma coletânea de depoimentos dos acusados, dos investigadores, e de outros envolvidos como advogados, promotores, jornalistas, testemunhas, etc. Ambos envolvem assuntos sociais quentes, como racismo, sexismo, sensacionalismo, pressão da imprensa e opinião pública, etc. E em ambos temos uma estrutura narrativa curiosa, de construção da acusação para sua posterior desconstrução. Mas
A tênue linha da morte se destaca em mais um aspecto: foi filmado enquanto o réu inocente ainda era considerado culpado pela justiça, e a própria realização do documentário ajudou a inocentá-lo, tamanha a qualidade da pesquisa. O que em nada enfraquece os méritos de
Amanda Knox. Talvez devido a comparação injusta com um dos melhores documentários já feitos, dou
nota 4,5/5 para
Amanda Knox e
5/5 para
A tênue linha da morte. Dois documentários para refletir sobre a recente decisão do STF de permitir prisão de réus sem condenação transitada em julgado. Vejam as fichas técnicas aqui:
Amanda Knox e
A tênue linha da morte.Quer mais parágrafos sobre cinema? Confira então aqui:
Nosso fiel traidor
Kubo e as cordas mágicas
A Despedida