Uma Nova Chance, longa dirigido por Peter Segal (Agente 86 e Professor Aloprado 2) e estrelado pela carismática Jennifer Lopez, traz uma comédia dramática pra lá de esquemática. Maya (Lopez) teve uma vida difícil, mas é muito competente no que faz. Contudo, não é reconhecida pelos superiores. Ela então acaba sendo levada para uma entrevista de emprego em uma empresa grande e graças a um currículo falso e um jogo de cintura agrada o novo pessoal. A partir daí muitas aventuras e emoções maquiam uma trama pobre, pobre…
Vários clichês são vistos, a amiga desbocada (que desencadeia um filho “fofo” também com a mesma característica, em um alívio cômico insuportável). Os colegas desajeitados em contraponto com os “vilões” bem arrumados, a formação do grupo à lá filme infantil e com pose de super herói, uma competição maluca com limite de tempo para dar senso de urgência e o principal: derrubar a protagonista três vezes como principal ferramenta de humor – em uma tentativa de metonímia com a vida da personagem? Espero que não…
Há um mal que geralmente assola este tipo de filme que é o dos personagens rasos, ou monotônicos ou com camadas óbvias. Outro senão são as facilidades do roteiro. Diversas cenas não fariam sentido no mundo real. Quem acha que pensar não é algo necessário para assistir este longa, que é “só desligar o cérebro”… bem, infelizmente não vim com essa função. Uma ou outra suspensão de descrença, vá lá… Agora o que Uma Nova Chance faz é achar que o público é inocente ou burro. Ironicamente, dado um dos segmentos do filme, o longa é tudo… menos orgânico.
Cinematograficamente as coisas são todas muito quadradas, principalmente a câmera e a fotografia. Já vimos trocentos filmes com essa pegada genérica. Agora a trilha é um elemento desagregador. Completamente redundante, ela te direciona para o sentimento que a cena quer passar, meio que te obrigando a sentir aquilo.
A mensagem bonitinha, engajante e de auto-ajuda já é um problema por si só, mas aqui ganha uma camada baseada naqueles problemas que já citei. Os temas são superficiais, vemos críticas à indústria, às relações de consumo e somos convidados a pensar sobre relações familiares. Este último ponto dá alguma camada para Uma Nova Chance, mas é atrapalhado por uma reviravolta tola e forçada.
É capaz de você rir ou se identificar com a personagem, mas aí entramos em uma questão pessoal e você com isso pode ter uma boa experiência. Há um par de boas ideias ali, todavia, como cinema, Uma Nova Chance é esquecível já que ele mesmo parece ter se esquecido dos bons momentos…
Maya (Jennifer Lopez) é uma caixa de supermercado insatisfeita com sua vida profissional. Porém, tudo muda com uma pequena alteração em seu currículo e suas redes sociais. Com sua experiêcia das ruas, habilidades excepcionais e a ajuda de seus amigos, ela se reinventa e se torna uma executiva de sucesso.